quarta-feira, 31 de julho de 2013

Santo Inácio de Loyola, presbítero



Santo Inácio de Loyola, presbítero, fundador, +1556

Nobre espanhol, converteu-se aos 30 anos de idade, depois de uma breve mas brilhante carreira nas armas, e fundou a Companhia de Jesus. Alma profundamente militar, quis dotar a Igreja de uma milícia nova, aguerrida e disciplinada, para a defesa da glória de Deus e a conquista das almas. 

No século em que o protestantismo arrebatou à religião católica um terço da Europa, Inácio foi sem dúvida o lutador suscitado pela Providência para atender de modo pleno às necessidades da Igreja.


SAV - Equipe

Números da JMJ Rio 2013 superaram as expectativas



COL divulga os resultados alcançados pela Jornada Mundial da Juventude no Rio

Por Redacao
RIO DE JANEIRO, 30 de Julho de 2013 (Zenit.org) - Durante uma coletiva de imprensa realizada nesta terça feira, 30 de julho, o Arcebispo do Rio de Janeiro, Dom Orani João Tempesta e presidente do Comitê Organizador Local da JMJ Rio 2013 avaliou o evento e apresentou os resultados que “superaram as expectativas”.
Conforme notícia publicada no site oficial da JMJ Rio 2013 os números são:
O público presente na  Missa de Envio chegou a 3,7 milhões de pessoas, seis vezes maior que o número de presentes ao primeiro Ato Central, a Missa de Abertura (600 mil). O impacto econômico foi expressivo. Os visitantes desembolsaram R$ 1,8 bilhões, segundo números do Ministério do Turismo.  Os dados foram divulgados em coletiva à imprensa nesta terça-feira, 30.
No total, mais de 3,5 milhões de pessoas participaram da JMJ Rio2013, que contou com eventos em Copacabana, Quinta da Boa Vista, Rio Centro e em diversas paróquias da cidade. A cerimônia de acolhida do Santo Padre, na quinta-feira, 25, reuniu 1,2 milhões de pessoas em Copacabana, enquanto a Via-Sacra chegou a 2 milhões na sexta-feira, 26. Na vigília, cerca de 3,5 milhões de jovens estiveram na praia de Copacabana.
Foram 427 mil inscrições, de 175 países. Peregrinos inscritos com hospedagens alcançaram 356.400, enquanto o número de vagas disponibilizadas para hospedagem em casas de família e instituições chegaram a 356,4 mil.
Perfil dos inscritos
A JMJ Rio2013 contou com uma presença massiva de latinos. Os países com o maior número de inscritos foram, respectivamente, Brasil, Argentina, Estados Unidos, Chile, Itália, Venezuela, França, Paraguai, Peru e México. Do total dos inscritos internacionais, 72,7% estiveram no Brasil pela primeira vez e 86,9% nunca haviam participado da JMJ Rio2013.
Foram mais de 70 mil downloads no site oficial da JMJ Rio2013 e mais de 200 mil acessos. O facebook recebeu mais de 1,1 milhão de curtidas e o flickr superou 10 mil downloads.
Entre os peregrinos inscritos, 55% são do sexo feminino; 60% do público tem entre 19 e 34 anos. Foram 644 Bispos inscritos, dos quais 28 são Cardeais. Além disso, foram 7814 sacerdotes inscritos e 632 diáconos. Para cobrir a JMJ Rio2013 em 57 países, foram credenciados 6,4 mil jornalistas.
O evento também contou com 264 locais de catequese, em 25 idiomas. Foram 60 mil voluntários, mais de 800 artistas participantes dos Atos Centrais. Um total de 100 confessionários foram expostos na Feira Vocacional e no Largo da Carioca e 4 milhões de hóstias produzidas, 800 mil para Missa de Envio.
A geração de lixo foi inferior a outros eventos que acontecem em Copacabana, como o Réveillon. A Companhia Municipal de Limpeza Urbana (Comlurb) removeu 345 toneladas de resíduos orgânicos e 45 toneladas de materiais recicláveis, durante a JMJ Rio2013. O número representa cerca de 10% a menos do registrado na noite do último Ano Novo.  

Fonte: Zenit.org

SAV - Equipe

Não nos desesperamos se as coisas não ocorrem como imaginamos



Discurso de D. Orani Tempesta ao encerrar a XXVIII Jornada Mundial da Juventude

Por Dom Orani Tempesta, O.Cist.
RIO DE JANEIRO, 30 de Julho de 2013 (Zenit.org) - Apresentamos o discurso de D. Orani Tempesta ao encerrar a XXVIII Jornada Mundial da Juventude.
Santo Padre, 
Ao encerrar a XXVIII Jornada Mundial da Juventude, a Igreja, através de sua oração envia-nos a todos para “fazer discípulos entre todas as nações”. Esta não é uma celebração de despedida, mas de partida para a missão, portanto, uma celebração de envio. Somos discípulos missionários e queremos anunciar a Boa Noticia da salvação a todos os povos. 
Agradeço a solicitude de Vossa Santidade em todos os momentos da semana que passou. Ficará gravada para sempre a presença do Pai e Pastor junto à juventude do mundo, e o seu primeiro retorno à América Latina como primeiro Papa latino-americano da história. Vossa santidade nos confirmou à luz da fé em nossa caminhada de Igreja. A atualização do documento de Aparecida para o Brasil para nós Bispos, o “documento do Rio de Janeiro” será uma direção apontada pelo sucessor de Pedro. A entrega dessa viagem aos pés da Virgem Aparecida, local da celebração da V Conferência do Episcopado Latino Americano e Caribenho que tanto permaneceu no coração de Vossa Santidade, o acolhimento dos jovens, dos pobres, dos doentes e a preocupação com todo o povo de Deus em sua caminhada histórica convidou-nos à grande missão contemporânea. O diálogo com as autoridades e com todas as situações sociais representadas neste universo de quase 180 nações aqui presentes foi uma demonstração concreta do afeto divino. 
A Jornada Mundial da Juventude é a Nova Evangelização em prática! Queremos que os frutos desses dias auxiliem a formar uma Igreja cada vez mais presente entre os pobres, doentes, necessitados, e que os jovens –, protagonistas de um mundo novo –, junto com toda a sociedade sejam construtores da Civilização do Amor sonhada por Jesus. Bendigo a Deus pelo Beato Papa João Paulo II que criou as JMJs, pelo Papa Bento que nos escolheu como sede, e a Vossa Santidade que veio presidir e viver conosco esses dias. 
O Brasil viveu uma grande missão com a peregrinação dos símbolos da Jornada. Também muitos jovens, Santo Padre, fizeram uma Semana Missionária antes de chegarem ao Rio de Janeiro. Sabemos que tal experiência enriqueceu a vida de cada jovem e de cada diocese brasileira visitada. Outros ainda farão encontros, visitas e missões após a Jornada. Agora somos convidados e enviados em missão a partir desta Celebração Eucarística. Temos certeza de que os peregrinos que para cá vieram foram confirmados e aprofundaram sua fé no encontro com Jesus Cristo, e retornam empenhados a serem evangelizadores de outros jovens e da sociedade. 
No final do Concílio Vaticano II, que estamos comemorando os 50 anos, os padres conciliares escreveram uma mensagem a todos os jovens, conclamando-os a receber a tocha da vida das gerações anteriores e a contribuir para a construção do futuro com base na dignidade, na liberdade e no direito das pessoas. Hoje, Vossa Santidade entrega novamente nas mãos destes jovens a tocha da evangelização para “fazer discípulos entre todas as nações” nesse mundo tão desigual e complexo. Temos certeza de que o Espírito Santo iluminará e cuidará de cada jovem que aqui está aberto à graça de Deus. 
Papa Francisco, neste Ano da Fé quisemos que o espaço de envio se chamasse Campus Fidei, Campo da fé. A escolha do local, que queríamos que fosse a Missa de Envio, fez os olhos do mundo se voltarem para essa região do Rio de Janeiro, e fez com que todos conhecessem as necessidades do povo, e também ajudou os responsáveis a se empenharem numa solução para as várias situações de necessidade. Porém, como Vossa Santidade mesmo disse ontem, esse campo somos nós. Deus nos fala também pelos acontecimentos. E realmente o Senhor nos deu muitas ocasiões para que a fé crescesse. Deu-nos a certeza de que é Ele quem nos conduz em nossa vida e nos dá a direção. Nós fazemos os planos e sonhamos. Porém, não nos desesperamos se as coisas não ocorrem como imaginamos. O Senhor nos coloca na realidade de cada dia 
e faz com que Ele apareça em sua providência. Essa linguagem aparenta meio estranha para a nossa sociedade, mas nós nos colocamos dentro dessa perspectiva: o Senhor conduz a história! Cabe a nós encontrar os significados. Este local é hoje um “grande cenáculo”, onde os discípulos ceiam, recebem o Espírito Santo e são enviados. Vossa Santidade nos convida, neste Ano da Fé, a permanecermos firmes à luz da fé, pois “se tirarmos a fé em Deus das nossas cidades, enfraquecer-se-á a confiança entre nós, apenas o medo nos manterá unidos, e a estabilidade ficará ameaçada” (LF 55), pois “graças à fé, compreendemos a dignidade única de cada pessoa” (LF 54). 
Frio e chuva nos acompanharam ao longo dos primeiros dias da JMJ. Foi uma surpresa para essa cidade conhecida pelo sol e pelo calor. Porém, eu aprendi que essa chuva mansa é a chamada “criadeira”, pois faz brotar a semente lançada na terra. Depois vem o sol, que continua a missão de fazer crescer. Assim também esta JMJ: no início a chuva e o frio, demonstrando que nesse mundo que muitas vezes parece frio, a chuva faz com que brote a semente do Evangelho. Agora, como acontece agora, com a luz e o calor do sol, temos certeza de que esses brotos crescerão e as pessoas iluminadas pelo Cristo, luz do mundo, sairão por todos os cantos do planeta contagiando a todos com o calor da Boa Notícia: Deus ama a todos e nos quer seus filhos! No campo da fé as sementes foram lançadas, e regadas e sob a luz do sol elas brotam e crescem e darão seus frutos no seu devido tempo. 
O símbolo desta Jornada é um coração, dentro do qual se encontra a imagem do Cristo Redentor. O coração do discípulo que bate no compasso do Mestre. No centro de cada coração reina o Redentor, que sempre está de braços abertos para nos acolher. Obrigado, Papa Francisco, por ser os braços e o coração de Cristo durante esses dias. A passagem de Vossa Santidade pelas ruas dessa cidade acenando e abençoando a todos foi um anúncio de Paz! A figura do homem de batina branca acolhendo e abraçando a todos, doando-se a cada um é uma visão que conservaremos nessa cidade, e que nos convidará a sermos ainda mais empenhados na construção da paz. 
Já estamos com saudades dos momentos passados entre nós, confirmando-nos na fé. Sentimos que segunda-feira irá faltar alguém muito importante e próximo de nós! Alguém que nos fez muito felizes e se aproximou de cada um com suas palavras e seus gestos. Mas Vossa Santidade nos anunciou Jesus Cristo. Ele permanece conosco e nos faz unidos, mesmo de longe. Agora é necessário que partamos com a missão de anunciar e reanunciar a pessoa e a mensagem de Jesus Cristo, para 
que, por Ele fascinados, os jovens O testemunhem e anunciem, atuando, lá onde estiverem, como sal, luz e fermento do Reino de Deus. Como os apóstolos em torno a Pedro que avisou que ia pescar (Jo 21, 3), Santo Padre, também nós dizemos: “Nós também vamos contigo”. Iremos contigo às ruas, às periferias, ao excluídos! Nós encontramos o Senhor no caminho ao partir o pão e ao escutar a Sua Palavra (Lc 24, 32), e aqueceu o nosso coração. Experimentamos o chamado do Senhor, “vinde, meus amigos!” Agora chegou o momento de dizer, Papa Francisco: Envia-nos! A JMJ nos pede: “sejam missionários!” E nós, com certeza, Santo Padre, iremos responder: “Eis-nos aqui, envia-nos” (cfr Is 6,8.).

Fonte: Zenit.org

SAV - Equipe

sábado, 20 de julho de 2013

O profeta Elias



Elias, profeta, séc. IX a.C.

O profeta Elias nasceu em Tisbé e foi contemporâneo do rei Acab e da rainha Jezabel. E morreu depois deles, julgando-se que ainda vivia no ano 850 antes de Cristo. Mas pouco mais se sabe. A sua memória perdurou como a de um homem de Deus.

«Então surgiu um profeta como um fogo cujas palavras era um forno aceso» (Ecle. 48,1). O profeta é Elias. A Ordem do Carmo reconhece-o como seu pai e inspirador espiritual. Na verdade o primeiro grupo de Carmelitas ao fixar-se no Monte Carmelo escolheu viver no lugar junto à fonte de Elias. Este lugar forneceu o nome ao grupo – Carmelitas – e marcou profundamente o seu carisma. Elias, porém não foi um legislador ou organizador, não foi um chefe com inclinações para estruturar fosse o que fosse. Não escreveu nada sobre oração, não o vemos a passar longas horas em oração (embora certamente as tenha passado). Porém, o seu amor aos lugares solitários fez com que os habitasse e os enchesse de sentido com a sua presença de homem de Deus. No Carmelo um homem de Deus – Elias –, viveu apenas para Deus porque a única ocupação que vale a pena é contemplar a beleza de Deus.

Para o peregrino que visitava a Terra Santa, o Monte Carmelo era o lugar onde Elias vivera. Elias escolhera a Montanha do Carmelo para, no silêncio e na solidão, saborear a presença de Deus; aí levou uma vida eremítica e travou uma grande e decisivo duelo contra os profetas de Baal, que levavam o povo de Israel à idolatria. No ponto mais alto do monte Elias venceu o desafio e provou aos israelitas (rei incluído) que Jahvé, o Senhor Deus, é o único e verdadeiro Deus.

Elias é líder espiritual, mas essencialmente é um profeta e um homem de Deus. As suas primeiras palavras são como que um grito de guerra que saem da sua boca para afirmar: «Vive Deus!». Ao escolher viver no Monte Carmelo, nas proximidades da fonte de Elias, os Carmelitas exprimiam o desejo de imitar o Profeta, pois também eles desejam adorar o único Deus verdadeiro e mostrá-lo ao povo. O nome Elias significa «Deus é meu o Senho». A sua fé no único Deus – fé amadurecida na provação – impressionou muitíssimas gerações de homens e mulheres crentes. Na Sagrada Escritura o profeta Elias aparece como o homem que caminha sempre na presença de Deus... 

O seu lema era «ardo de zelo pelo Senhor Deus dos exércitos».


SAV - Equipe

O Prefácio e as Orações Eucarísticas



Responde o pe. Edward McNamara, LC, professor de teologia e diretor espiritual

ROMA, 19 de Julho de 2013 (Zenit.org) - O pe. Edward McNamara responde hoje à pergunta de um leitor de língua italiana, residente no Bahrein:
Somente a primeira e a terceira oração eucarística não têm prefácio próprio. Quando recitamos as outras orações eucarísticas, que têm o seu próprio prefácio, devemos sempre usar esse prefácio delas? Especialmente quando há um prefácio próprio do tempo litúrgico, devemos sempre e somente usar as orações eucarísticas 1 e 3? - P.C.B., Awali, Bahrein
Antes de tudo, precisamos esclarecer o que é um prefácio próprio. Os conceitos são dois. Em primeiro lugar, a oração eucarística tem um prefácio próprio (a II e a IV, bem como as orações eucarísticas especiais para as missas por diversas necessidades e pela reconciliação). Em segundo lugar, a missa do dia tem um prefácio próprio.
No segundo caso, em meados dos anos 1970 a Congregação para o Culto Divino e para a Disciplina dos Sacramentos esclareceu em resposta oficial à Conferência Episcopal Italiana que um prefácio próprio significa o prefácio do dia, não o prefácio do tempo litúrgico. Portanto, as missas com prefácio próprio são aquelas com prefácio que é obrigatório recitar em um dia específico.
Na prática, trata-se das missas de maior solenidade com prefácios prescritos, como Natal, Páscoa e Sagrado Coração de Jesus, ou aquelas que têm uma série específica de prefácios, como os domingos do advento e da quaresma.
Uma oração eucarística que tem prefácio próprio não pode ser usada se outro prefácio for obrigatório em um dia específico.
Ou seja, a Oração Eucarística IV pode ser usada nos domingos do Tempo Comum. Ela também pode ser usada para as missas da semana durante o mesmo período. E pode ser usada até mesmo para as missas da semana em períodos como o advento e a quaresma, exceto no final desta, quando é obrigatório o prefácio da Paixão do Senhor. No entanto, do ponto de vista pastoral, é provavelmente mais apropriado respeitar o prefácio do tempo em questão, a menos que haja uma boa razão para se usar a Oração Eucarística IV.
Da mesma forma, esta oração eucarística pode ser usada para qualquer missa votiva, mesmo que as rubricas indiquem outro prefácio. Dado que a celebração de uma missa votiva é uma escolha em si mesma, as partes variáveis ​​da missa não são estritamente obrigatórias.
Um exemplo: o prefácio de São José é obrigatório em 19 de março, e, consequentemente, a Oração Eucarística IV não pode ser usada nesse dia. Já no caso de ser celebrada uma missa votiva de São José em qualquer data em que essas missas sejam permitidas, tem-se a liberdade de usar o prefácio de São José ou outro prefácio válido. Assim, pode ser usado nestas ocasiões também o quarto cânone.
E a Oração Eucarística II? É verdade que esta oração eucarística tem um prefácio próprio, mas as rubricas indicam explicitamente que ele pode - e muitas vezes deve - ser substituído por qualquer outro dos prefácios ordinários ou do tempo em questão. Ela pode ser usada, portanto, exatamente da mesma forma que as orações I e III, que não têm prefácios próprios.
O motivo pelo qual esta oração eucarística tem o seu próprio prefácio está nas suas origens. Ela é uma adaptação da anáfora atribuída ao presbítero romano Hipólito, martirizado no ano de 235 d.C. Embora estudos recentes tenham questionado a sua associação com Santo Hipólito, ela continua sendo o mais antigo texto existente de uma oração eucarística desenvolvida, tão antigo que precede até mesmo a introdução do Sanctus na liturgia.
Como o Sanctus é agora considerado essencial na estrutura literária da oração eucarística, foi decidido adaptar a primeira - e teologicamente mais rica - parte desta antiga oração e transformá-la num prefácio.
Outras mudanças mexeram na linguagem, conforme os desenvolvimentos dogmáticos posteriores. Por exemplo, a versão original usava a frase “o vosso servo Jesus Cristo”, uma terminologia perfeitamente ortodoxa um século antes da heresia de Ário (256-336), mas difícil de entender nos séculos sucessivos.
É uma pena, talvez, que tenham sido removidas algumas expressões muito vivas, como no relato da instituição, em que se explica que Cristo "se entregou voluntariamente à sua paixão para [...] romper os grilhões da morte e esmagar o inferno".
Por causa da sua brevidade, é muito indicado para as missas durante a semana. Embora não seja proibido aos domingos nem nas solenidades, é preferível não usá-lo para não criar um desequilíbrio entre a maior duração da Liturgia da Palavra e a duração mais curta da Liturgia da Eucaristia.
Em relação ao uso das orações eucarísticas da reconciliação, o missal explica que estas orações podem ser usadas nas missas em que o mistério da reconciliação é particularmente enfatizado. Elas incluem as fórmulas da missa por necessidades particulares, como a promoção da harmonia social, a reconciliação, a justiça e a paz, em tempos de guerra e de instabilidade social, para a remissão dos pecados, para a promoção da caridade, o mistério da Santa Cruz, da Eucaristia e do Preciosíssimo Sangue e as missas durante a quaresma.
Estas orações eucarísticas têm um prefácio próprio, mas é permitido usá-las com outro prefácio que de alguma forma se relacione com os temas da penitência e da conversão; por exemplo, com os prefácios de quaresma. Naturalmente, essas orações eucarísticas podem ser usadas no período da quaresma.
As rubricas não fazem distinção entre dias de semana e domingos e, portanto, podem ser usadas no dia do Senhor desde que se respeitem os prefácios próprios que devem ser usados em alguns domingos da quaresma.
Assim como no caso das missas sugeridas nas rubricas, estas orações eucarísticas costumam ser úteis durante os retiros e exercícios espirituais, para promover a reconciliação com Deus e a descoberta da sua misericórdia.
Quanto à "Oração Eucarística para uso nas missas por várias necessidades", não é feita nas rubricas latinas nenhuma menção a substituições do prefácio, e, por isso, estas quatro orações não podem ser separadas dos seus prefácios.
Assim, o uso destas orações fica restrito às ocasiões em que uma missa por várias necessidades pode ser celebrada. Seu uso ocorre principalmente durante o tempo comum, porque a celebração dessas missas é muito limitada durante os principais tempos litúrgicos.
Na realidade, não se trata de quatro diferentes orações eucarísticas, mas sim de quatro versões de uma única oração, que enfatizam temas diferentes. Esta ênfase acontece em especial durante o prefácio de cada versão e numa parte das intercessões após a consagração.
Ou seja, separando-se estas orações dos seus prefácios, tira-se ênfase do tema particular que a oração procura destacar.
A primeira versão, "A Igreja rumo à unidade", é particularmente adequada para as missas pelo papa, pelo bispo, pela eleição do sumo pontífice, por um concílio ou sínodo, pelos sacerdotes, pelo sacerdote celebrante, pelos ministros da Igreja e por ocasião de uma assembleia espiritual e eclesial.
A segunda, "Deus orienta a sua Igreja pelo caminho da salvação", é recomendada para as missas pela Igreja, pelas vocações, pelos leigos, pela família, pelos religiosos, para postular a caridade, pelos parentes e amigos, e nas missas de ação de graças.
A terceira adaptação, "Jesus, nosso caminho para o Pai", é especialmente indicada nas missas pela evangelização dos povos, pelos cristãos perseguidos, pela nação ou cidade, pelo chefe de Estado ou de governo, pelo parlamento, no início do ano civil e pelo progresso dos povos.
Finalmente, a quarta versão desta oração eucarística, "Jesus, modelo de amor", é particularmente pertinente nas missas pelos refugiados e exilados, em tempo de carestia ou por quem sofre de fome, pelos aflitos ou por quem nos persegue, pelos prisioneiros e pelos presos, pelos doentes, pelos moribundos, para implorar a graça de uma boa morte e por qualquer necessidade.
Esta análise parcial das missas por várias necessidades também nos oferece a oportunidade de redescobrir o tesouro da oração de intercessão da Igreja, que muitas vezes permanece escondido no missal.

Fonte: Zenit.org

SAV - Equipe

sexta-feira, 19 de julho de 2013

A dor do Papa pelos peregrinos da JMJ envolvidos em grave acidente na Guiana Francesa



Ônibus que transportava um grupo de jovens da França colidiu com um caminhão causando a morte de uma jovem de 21 anos

CIDADE DO VATICANO, 18 de Julho de 2013 (Zenit.org) - O Santo Padre, através do Secretário de Estado, Cardeal Tarcisio Bertone, enviou um telegrama de condolências a Dom Emmanuel Lafont, bispo de Cayenne (Guiana Francesa) pelo grave acidente ocorrido  ontem, quarta-feira, perto de Kourou, que causou a morte de uma jovem e cinco feridos graves.
O ônibus  transportava um grupo de participantes da Jornada Mundial da Juventude no Rio de Janeiro. A vítima era uma menina jovem parisiense de 21 anos.
No telegrama lê-se que o Pontífice se associa de todo o coração ao sofrimento da família afligida pela perda da jovem, aos responsáveis do grupo e dos organizadores. O Papa assegura-lhes a sua oração e exprime a sua proximidade em relação aos feridos, socorrista, e todas as pessoas que os circundam. Em jeito de conforto, o Papa dirige também uma Bênção Apostólica a todas as pessoas tocadas por esta tragédia. 

Fonte: Zenit.org

SAV - Equipe

O ângelus do papa e do povo



Uma oração baseada em relato bíblico

Por Edson Sampel
SÃO PAULO, 18 de Julho de 2013 (Zenit.org) - A palavra “ângelus” provém do latim; quer dizer “anjo” e foi retirada da seguinte frase: “Angelus Domini nuntiavit Mariae” (em português: “O anjo do Senhor anunciou a Maria”). Trata-se de uma oração mariana, isto é, dedicada a Maria de Nazaré, a mãe de Jesus.  
O ângelus é uma oração baseada no relato bíblico do anúncio do anjo Gabriel a Maria acerca do nascimento do Salvador, Jesus de Nazaré (Lc 1, 26-38). O povo católico a recita geralmente de manhã bem cedo, ao meio-dia e às seis da tarde, a hora da Ave-Maria. Quem vai a Roma pode rezar o ângelus com o papa em alguns horários.
Do madeiro da cruz Cristo incumbiu Maria de ser a mãe do povo de Deus (Jo 19, 26-27). A importância do ângelus reside no papel que Maria ou nossa Senhora desempenha no projeto de salvação da humanidade. Ela não nos dá as graças, porquanto só Deus as pode dar. No entanto, Maria roga por nós, isto é, intercede por quem lhe suplica uma intervenção junto a Deus. Ela é uma espécie de eficientíssima advogada no céu. Jesus, que concede as graças, não nega um pedido de sua mãe. Como escreveu Dante na “Divina Comédia”: “Querer chegar a Jesus sem Maria é como querer voar sem asas” (Paraíso, canto XXXIII, 12).
O ângelus, ao lado do terço, da Ave-Maria, da Salve-Rainha e de outras orações, consiste numa demonstração de amor dos católicos para com a “mãe de Deus”. Humildemente, em vez de se dirigir diretamente a Jesus, embora podendo fazê-lo, os católicos costumam recorrer à intermediação dos santos e, principalmente, do maior dos santos, Maria de Nazaré.
No decorrer da JMJ, o papa Francisco, bastante devoto de nossa Senhora, rezará o ângelus com os jovens, manifestando, assim, um grande amor a Jesus através de Maria.
Assista aos MINUTOS CATÓLICOS, do prof. Sampel:

Fonte: Zenit.org

SAV - Equipe

quarta-feira, 17 de julho de 2013

Bem-aventurado Inácio de Azevedo e companheiros



Beato Inácio de Azevedo e companheiros, mártires, +1570

Inácio de Azevedo nasceu em Portugal, no Porto, no ano de 1527, era filho de D. Emanuel e Dona Violante, descendentes de famílias lusitanas ricas e nobres. Aos dezoito anos de idade, tornou-se administrador dos bens familiares.

Em 1548, após um retiro em Coimbra, decidiu-se pela vida religiosa, entrando ma Companhia de Jesus. Revelou-se excelente religioso, tendo sido nomeado reitor do Colégio Santo Antônio em Lisboa, antes mesmo de terminar o curso de teologia, apenas com 26 anos de idade. Após o fim do seu curso, foi mandado a Braga, para assessorar o bispo da cidade na reforma da Diocese. 

No ano de 1565, São Francisco Borja confiou a Inácio a inspeção das missões das Índias e do Brasil, durando esta visita cerca de três anos. No seu relatório, Inácio pedia reforços e São Francisco de Borja ordenou-lhe que recrutasse em Portugal e Espanha elementos para o Brasil. Após cinco meses de intensos preparativos religiosos, no dia 5 de Junho de 1570, Inácio e mais 39 companheiros, partiram no navio mercante São Tiago enquanto outros trinta companheiros seguiam em barcos de guerra.

Jacques Sourie, que partiu de La Rochelle para capturar os jesuítas, alcançou-os e estes, após muita luta, foram dominados pelos calvinistas; Sourie declarou salvar a vida de todos os sobreviventes com excepção dos jesuítas; estes foram cruelmente degolados. O número de mártires chegou a 40, pois também foi degolado um postulante que havia sido recrutado durante a viagem.

Dos seus quarenta companheiros de martírio, nove eram espanhóis e os demais portugueses. O culto desses mártires foi confirmado pelo Papa Pio IX em 1854.


SAV - Equipe


O Escapulário carmelita e seu alcance teológico



O uso do Escapulário deve estar ligado a um compromisso que o devoto deve tem para com Nossa Senhora

Por Pe. Rafael Maria, osb
RECIFE, 16 de Julho de 2013 (Zenit.org) - A piedade popular mariana é um património espiritual da Igreja de altíssimo valor. Esta deve estar bem fundamentada para que se alcance sua eficácia na vida dos fiéis. Muitas vezes a piedade mariana é cercada de sombras e equívocos por não seri bem iluminada ou seguida de perto pela Igreja. Estando as coisas deste modo, o povo de Deus caminha, sozinho e as cegas, onde se perde o sentido exato de um verdadeiro culto mariano. Tentamos no nosso «Curso de Cultura Mariológica I» fazer este estudo científico sobre «A origem do Rosário mariano não provém dos Dominicanos», cf. www.cursoscatolicos.com.br
Ontem, hoje e amanhã surgem formas de devoção mariana que de situações apócrifas se tornam pouco a pouco um património de fé. Foi o caso do Escapulário carmelitano pela força de sua espiritualidade mariana.
Sabe-se por novas pesquisas históricas e científicas que por uma tradição se atribuía a origem do Escapulário a uma suposta aparição da Virgem a são Simão Stock e, a este, entregou esta vestimenta como penhor de salvação. Ligado a esta pia tradição, se juntou o chamado «privilégio sabatino», isto é, uma suposta aparição da Virgem ao papa João XXII que garantia que, após a morte daquele que estivesse revestido do Escapulário, Ela, desceria ao Purgatório e o retiraria de lá.
A devoção e crença popular deram força a estas lendárias mariofanias, assim como muitos Papas cobriram de privilégios o uso e a devoção ao Escapulário. Ao que parece os pontífices não se basearam nas supostas aparições, mas na força espiritual inerentes ao Escapulário.
Na comemoração dos 700 anos da instituição desta devoção (1251-2001) a Ordem Carmelitana se viu no dever de esclarecer melhor tal situação histórica-espiritual. Se chegou ao denominador comum que, o que valia não era as supostas aparições da Virgem com suas supostas promessas, mas a força espiritual da devoção que fora enriquecida pelas autoridades da Igreja ao longo dos séculos para o benefício espiritual dos fiéis.
O uso do Escapulário deve estar ligado a um compromisso que o devoto deve ter para com Nossa Senhora que, ao usá-lo, se esforçará a viver as promessas batismais e seus deveres de cristão. Aqui está o cerne da questão. A devoção mariana está ligada muitas vezes a uma série de má interpretações, principalmente ao uso de objetos sacros que estimulam a prática da fé, como por exemplo o Rosário, as Medalhas, as Imagens, os Escapulários etc. Tais objetos muitas vezes são usados como talismã e não como meios que nos indicam algo mais superior. Tomemos o caso bíblico da «Serpente de bronze» (cf. Nm 21,8s) como fonte autorizada para iluminar a questão. Aqui, a cura não está no olhar a Serpente, mas na promessa de Deus. Na obediência à sua Palavra. Assim também no caso dos objetos sacros marianos e outros como em particular o Escapulário se deve usar este critério bíblico.
Embora não exista nenhuma exatidão histórica de uma confirmação celeste dos privilégios ao Escapulário, e não é necessário tê-las, a Igreja, com sua autoridade conferida por Cristo a Pedro, estimula o uso coerente do Escapulário Carmelitano ajudando assim os fiéis a viverem com coerência a vida cristã para assim serem herdeiros da eficácia da mediação da Virgem junto ao trono da Graça.
Usando o Escapulário com o coração voltado às coisas celestes, ao projeto de Maria, que é servir aos irmãos no amor, o devoto não passará pelo Purgatório, mas irá participar das heranças do céu como promete o próprio Jesus tendo sua Mãe como a primeira na prática do serviço ao Reino e do amor fraterno.
Nossa Senhora do Monte Carmelo, rogai por nós!

Fonte: Zenit.org

SAV - Equipe

terça-feira, 16 de julho de 2013

Nossa Senhora do Carmo



Nossa Senhora do Carmo (festa, no Brasil)

A ordem dos Carmelitas tem como modelo o profeta Elias e caracteriza-se por uma profunda devoção a Maria. A Sagrada Escritura fala da beleza do Monte Carmelo, onde o profeta Elias defendeu a fé do povo de Israel no Deus vivo e verdadeiro. Carmelo em hebraico significa "vinha do Senhor".
Ali Elias enfrentou os profetas de Baal. Segundo o Livro das Instituições, Elias teve uma visão em que a Virgem lhe apareceu sob a figura de uma pequena nuvem que saía da terra e se dirigia ao Carmelo. 
Em 93, os monges construíram sobre o Monte Carmelo uma capela em honra à Virgem Maria. As gerações de monges sucederam-se através dos tempos. Em 1205, o patriarca de Jerusalém deu-lhes uma Regra baseada no trabalho, na meditação das Escrituras, na devoção a Nossa Senhora, na vida contemplativa e mística.
Entretanto, ainda no século XIII, os muçulmanos invadiram a Terra Santa. Os eremitas do Monte Carmelo fugiram para a Europa. Nesta época, tinham como superior geral São Simão Stock. Enquanto rezava, pedindo a Nossa Senhora que fosse a protetora da Ordem dos Carmelitas, recebeu das mãos de Nossa Senhora do Carmo o escapulário: «Eis o privilégio que te dou à ti e a todos os filhos do Carmelo: "todo o que for revestido desse hábito será salvo".»


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segunda-feira, 15 de julho de 2013

São Boaventura, bispo, Doutor da Igreja



S. Boaventura, bispo, Doutor da Igreja, +1274

Queridos irmãos e irmãs:

Hoje, eu gostaria de falar de São Boaventura de Bagnoregio. Confesso que, ao propor-vos este tema, sinto certa nostalgia, porque me lembro das pesquisas, que fiz, como jovem estudante, precisamente sobre este autor, particularmente querido para mim. Seu conhecimento incidiu muito em minha formação. Com muita alegria, há poucos meses, peregrinei ao lugar do seu nascimento, Bagnoregio, uma pequena cidade italiana, no Lácio, que custodia com veneração sua memória.

Nascido provavelmente em 1217 e falecido em 1274, ele viveu no século XIII, uma época em que a fé cristã, penetrada profundamente na cultura e na sociedade da Europa, inspirou obras imperecíveis no campo da literatura, das artes visuais, da filosofia e da teologia. Entre as grandes figuras cristãs que contribuíram para a composição desta harmonia entre fé e cultura, destaca-se precisamente Boaventura, homem de ação e de contemplação, de profunda piedade e de prudência no governo.

Ele se chamava Giovanni da Fidanza. Um episódio que ocorreu quando ele ainda era menino marcou profundamente sua vida, como ele mesmo relata. Ele tinha contraído uma grave doença e nem sequer seu pai, que era médico, esperava salvá-lo da morte. Sua mãe, então, recorreu à intercessão de São Francisco de Assis, canonizado há pouco. E Giovanni foi curado. A figura do Pobrezinho de Assis se tornou ainda mais familiar para ele alguns anos depois, quando se encontrava em Paris, por razões de estudo. Havia obtido o diploma de Professor de Artes, que poderíamos comparar ao de um prestigioso Liceu da nossa época. Nesse ponto, como tantos jovens do passado e também de hoje, Giovanni se fez uma pergunta crucial: “O que vou fazer com a minha vida?”.

Fascinado pelo testemunho de fervor e radicalidade evangélica dos Frades Menores, que haviam chegado a Paris em 1219, Giovanni bateu à porta do convento franciscano dessa cidade e pediu para ser acolhido na grande família dos discípulos de São Francisco.

Muitos anos depois, explicou as razões da sua escolha: em São Francisco e no movimento iniciado por ele, reconheceu a ação de Cristo. De fato, escreveu em uma carta dirigida a outro religioso: “Confesso diante de Deus que a razão que me fez amar mais a vida do beato Francisco é que se parece com o início e com o crescimento da Igreja. A Igreja começou com simples pescadores e se enriqueceu imediatamente com doutores muito ilustres e sábios; a religião do beato Francisco não foi estabelecida pela prudência dos homens, mas por Cristo” (Epistula de tribus quaestionibus ad magistrum innominatum, em Opere di San Bonaventura. Introduzione generale, Roma 1990, p. 29).

Portanto, por volta de 1243, Giovanni vestiu o hábito franciscano e assumiu o nome de Boaventura. Foi imediatamente dirigido aos estudos e frequentou a Faculdade de Teologia da Universidade de Paris, seguindo um conjunto de cursos muito difíceis. Recebeu os diversos títulos requeridos pela carreira acadêmica, os de “bacharel bíblico” e o de “bacharel sentenciário”. Assim, Boaventura estudou profundamente a Sagrada Escritura, as Sentenças de Pietro Lombardo, o manual de teologia daquela época e os mais importantes autores de teologia; e, em contato com os professores e estudantes que chegavam a Paris de toda a Europa, amadureceu sua própria reflexão pessoal e uma sensibilidade espiritual de grande valor que, no decorrer dos seguintes anos, ele soube mostrar em suas obras e sermões, convertendo-se, assim, em um dos teólogos mais importantes da história da Igreja. É significativo recordar o título da tese que ele defendeu para recebera habilitação no ensino da teologia, a licentia ubique docendi, como se dizia na época. Sua dissertação intitulava-se “Questões sobre o conhecimento de Cristo”. Este tema mostra o papel central que Cristo teve sempre na vida e nos ensinamentos de Boaventura. Podemos dizer sem hesitar que todo o seu pensamento foi profundamente cristocêntrico.

Naqueles anos, em Paris, a cidade adotiva de Boaventura, começou uma violenta polêmica contra os Frades Menores de São Francisco de Assis e os Frades Pregadores de São Domingos de Gusmão. Discutia-se seu direito de lecionar na Universidade e se duvidava inclusive da autenticidade da sua vida consagrada. Certamente, as mudanças introduzidas pelas Ordens Mendicantes na forma de entender a vida religiosa, das quais falei nas catequeses anteriores, eram tão inovadoras que nem todos chegavam a compreendê-las. Acrescentavam-se também, como às vezes acontece entre pessoas sinceramente religiosas, motivos de fraqueza humana, como a inveja e o ciúme.

Boaventura, ainda que cercado pela oposição dos demais professores universitários, já havia começado a lecionar na cátedra de teologia dos Franciscanos e, para responder àqueles que criticavam as Ordens Mendicantes, compôs um escrito intitulado “A perfeição evangélica”. Nele, demonstra como as Ordens Mendicantes, especialmente os Frades Menores, praticando os votos de pobreza, castidade e obediência, seguiam os conselhos do próprio Evangelho. Muito além destas circunstâncias históricas, o ensinamento proporcionado por Boaventura nesta obra e em sua vida permanece sempre atual: A Igreja se torna luminosa e bela pela fidelidade à vocação desses filhos seus e dessas filhas suas que não somente colocam em prática os preceitos evangélicos, mas que, por graça de Deus, estão chamados a observar seus conselhos e, assim, dão testemunho, com seu estilo de vida pobre, casto e obediente, de que o Evangelho é fonte de alegria e de perfeição.

O conflito se apaziguou, pelo menos por certo tempo e, por intervenção pessoal do Papa Alexandre IV, em 1257, Boaventura foi reconhecido oficialmente como doutor e professor da universidade parisiense. Contudo, teve de renunciar a este prestigioso cargo, porque nesse mesmo ano o capítulo geral da ordem o elegeu como ministro geral.

Ele desempenhou este cargo durante 17 anos, com sabedoria e dedicação, visitando as províncias, escrevendo aos irmãos, intervindo às vezes com certa severidade para eliminar os abusos. Quando Boaventura começou este serviço, a Ordem dos Frades Menores havia se desenvolvido de maneira prodigiosa: eram mais de 30 mil os frades dispersos em todo o Ocidente, com presenças missionárias no norte da África, no Oriente Médio e também em Pequim. Era preciso consolidar esta expansão e sobretudo conferir-lhe, em plena fidelidade ao carisma de Francisco, unidade de ação e de espírito.

De fato, entre os seguidores do santo de Assis, registravam-se diversas formas de interpretar sua mensagem e existia realmente o risco de uma fratura interna. Para evitar esse perigo, o capítulo geral da ordem em Narbona, em 1260, aceitou e ratificou um texto proposto por Boaventura, no qual se unificavam as normas que regulavam a vida cotidiana dos Frades Menores. Boaventura intuía, contudo, que as disposições legislativas, ainda inspiradas na sabedoria e na moderação, não eram suficientes para garantir a comunhão do espírito e dos corações. Era necessário compartilhar os mesmos ideais e as mesmas motivações. Por esta razão, Boaventura quis apresentar o autêntico carisma de Francisco, sua vida e seus ensinamentos. Por isso, recolheu com grande zelo documentos relativos ao Pobrezinho e escutou com atenção as lembranças daqueles que haviam conhecido diretamente Francisco. Daí nasceu uma biografia, historicamente bem fundada, do Santo de Assis, intitulada Legenda Maior, redigida também de maneira mais sucinta e chamada, por isso, de Legenda Minor. A palavra latina, ao contrário da italiana (e também do termo em português, “lenda”, N. do T.), não indica um fruto da fantasia, mas, pelo contrário, legenda significa um texto autorizado, a “ser lido” oficialmente. De fato, o capítulo geral dos Frades Menores, em 1263, reunido em Pisa, reconheceu na biografia de São Boaventura o retrato mais fiel do fundador e esta se converteu, assim, na biografia oficial do Santo.

Qual é a imagem de São Francisco que surge do coração e da caneta do seu filho devoto e sucessor, São Boaventura? O ponto essencial: Francisco é um alter Christus, um homem que buscou Cristo apaixonadamente. No amor que conduz à imitação, ele se conformou inteiramente com Ele. Este ideal, válido para todo cristão, ontem, hoje e sempre, foi indicado como programa também para a Igreja do terceiro milênio pelo meu predecessor, o venerável João Paulo II. Este programa, escrevia na carta Tertio Millennio ineunte, centra-se “no próprio Cristo, que temos de conhecer, amar, imitar, para n’Ele viver a vida trinitária e com Ele transformar a história até sua plenitude na Jerusalém celeste” (n. 29).

Em 1273, a vida de São Boaventura teve outra mudança. O Papa Gregório X quis consagrá-lo bispo e nomeá-lo como cardeal. Pediu-lhe também que preparasse um importantíssimo acontecimento eclesial: o II Concílio Ecumênico de Lion, que tinha como objetivo o restabelecimento da comunhão entre a Igreja latina e a grega. Ele se dedicou a esta tarefa com diligência, mas não chegou a ver a conclusão daquela cúpula ecumênica, porque morreu durante sua realização. Um anônimo notário pontifício compôs um elogio a Boaventura, que nos oferece um retrato conclusivo deste grande santo e excelente teólogo: “Homem bom, afável, piedoso e misericordioso, repleto de virtudes, amado por Deus e pelos homens (...). Deus, de fato, havia lhe dado tal graça, que todos aqueles que o viam eram invadidos por um amor que o coração não podia ocultar” (cf. J.G. Bougerol, Bonaventura, en A. Vauchez (vv.aa.), Storia dei santi e della santità cristiana. Vol. VI. L’epoca del rinnovamento evangelico, Milão, 1991, p. 91).

Recolhamos a herança deste santo doutor da Igreja, que nos recorda o sentido da nossa vida com estas palavras: “Na terra, podemos contemplar a imensidão divina através da razão e do assombro; já na pátria celeste – onde seremos semelhantes a Deus –, por meio da visão e do êxtase, entraremos na alegria de Deus” (La conoscenza di Cristo, q. 6, conclusione, em Opere di San Bonaventura. Opuscoli Teologici /1, Roma 1993, p. 187).

Bento XVI, no dia 3.03.2010


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São Camilo de Lellis, presbítero


S. Camilo de Lellis, presbítero, fundador, +1614


São Camilo de Lellis, nasceu em Bucchiánico de Chieti. O seu pai era marquês, homem de armas e dele herdou a coragem e a espada. Ficou muitas vezes internado no hospital de São Thiago em Roma, buscando tratamento para um tumor; pagava a diária do hospital trabalhando como servente, pois o vício do jogo fê-lo perder todo o dinheiro que tinha. Colocou-se então ao serviço dos capuchinhos e, nesse período, teve a graça da conversão e decidiu mudar de vida.

Ficou então como ajudante no hospital, servindo principalmente aos doentes mais repugnantes. Ausentava-se apenas nos domingos de folga, que passava ao lado de São Felipe Néri, pelo qual foi influenciado na determinação da obra que estava para empreender.

Foi no final do Ano Santo de 1575, quando os poucos hospitais romanos se mostravam insuficientes para atender todos os peregrinos necessitados de assistência que São Camilo de Lellis fundou a Congregação dos Ministros, ou seja, servidores dos enfermos que deveriam cuidar espiritualmente e corporalmente dos doentes. Passado dois anos, São Camilo foi ordenado sacerdote e continuou dirigindo os seus religiosos durante mais vinte anos. Aua dedicação aos doentes era tanta, que sempre repetia quando alguém queria tirá-lo do leito dos enfermos: "Estou ocupado com nosso Senhor Jesus Cristo."

São Camilo de Lellis morreu no dia 14 de Julho do ano 1614 e foi canonizado em 1746. Em 1886, foi declarado patrono dos enfermos e dos hospitais.


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Santa Teresa de Jesus dos Andes

Santa Teresa de Jesus dos Andes, virgem, +1920

Joana Fernandez Solar nasceu em Santiago do Chile no dia 13 de Julho de 1900. Desde a sua adolescência viveu fascinada por Jesus. Entrou para o mosteiro das Carmelitas Descalças de Los Andes, no dia 7 de Maio de 1919, com o nome de Teresa de Jesus. Morreu no dia 12 de abril do ano seguinte, aos 19 anos de idade, depois de ter feito profissão religiosa antes de completar o noviciado, em vista do perigo de morte. Foi canonizada, no dia 21 de março de 1993 pelo papa João Paulo II e por ele proposta como um modelo para a juventude. É a primeira flor de santidade da nação chilena e do Carmelo Descalço da América Latina.


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quinta-feira, 11 de julho de 2013

Tríduo a São Camilo de Lellis, fundador

TRÍDUO EM PREPARAÇÃO DA SOLENIDADE DE SÃO CAMILO, presbítero e fundador da Ordem dos Ministros dos Enfermos (Camilianos)


PRIMEIRO DIA
1. Invocação do auxílio da Santíssima Trindade
Em nome do Pai e do Filho e do Espírito Santo.
V.: Vinde, ó Deus, em nosso auxílio.
R.: Socorrei-nos sem demora.
V.: Glória ao Pai e ao Filho e ao Espírito Santo.
R.: Como era no princípio, agora e sempre. Amém.
2. Oração do dia – Oremos (pausa) – Ó Deus, que enviastes ao mundo vosso Filho único não para ser servido, mas para servir e dar sua vida pelos irmãos, concedei que, auxiliados pelo exemplo e pela intercessão de São Camilo, vosso servo, sejamos sempre fiéis à nossa missão de serviço aos enfermos. Por nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho, na unidade do Espírito Santo. Amém.
3. Memória – A experiência de vida de São Camilo fez com que ele percebesse a presença de Jesus nos sofredores. Para ele, cuidar de um doente é o mesmo que cuidar do próprio Filho de Deus. Por isso sempre exortava aos seus coirmãos e seguidores para servir em primeiro lugar o doente, pois nele está a presença de Deus (Ler: “São Camilo”, A. Brandão, Respeito pelo doente, p. 67).  
4. Petição – Senhor, nosso Deus, concede-nos a graça de ver Jesus Cristo, vosso Filho nas pessoas que sofrem.
5. Oração conclusiva – Glorioso São Camilo, volvei um olhar de misericórdia sobre os que sofrem e sobre os que os assistem. Concedei aos doentes aceitação cristã, confiança na bondade e no poder de Deus. Dai aos cuidam dos doentes, dedicação generosa e cheia de amor. Ajudai-os a entender o mistério do sofrimento, como meio de redenção e caminho para Deus. Vossa proteção conforte os doentes e seus familiares, e os encoraje na vivência do amor. Abençoai os que se dedicam aos enfermos, e que o bom Deus conceda paz e esperança a todos. Amém. Pai Nosso... Ave Maria...Glória ao Pai... São Camilo, rogai por nós!
6. Hino a São Camilo de Lellis
1. Lá no céu a ti se entoa, ó Camilo hino imortal. E brilhante uma coroa, orna a fronte patriarcal. Regozija-te glorioso, grande herói no teu Senhor.
SALVE APÓSTOLO ZELOSO, SALVE SERAFIM DE AMOR.
2. Quantos filhos destemidos, pelejando ao teu pendão. Em teu nome sempre unidos, alcançaram galardão. Bando forte e numeroso, imolou-se pela dor.
3. Cá na terra outra fileira, eco faz de bons irmãos. Desfraldando uma bandeira, glória eterna dos cristãos. Traz no peito caridoso cruz vermelha e santo ardor.
4. Dos doentes, dos que morrem, ouve o grito de aflição. Nos perigos que eles correm, de ti esperam salvação. Anjo doce, caridoso deles sê consolador.

SEGUNDO DIA
1. Invocação do auxílio da Santíssima Trindade
Em nome do Pai e do Filho e do Espírito Santo.
V.: Vinde, ó Deus, em nosso auxílio.
R.: Socorrei-nos sem demora.
V.: Glória ao Pai e ao Filho e ao Espírito Santo.
R.: Como era no princípio, agora e sempre. Amém.
2. Oração do dia – Oremos (pausa) – Ó Deus, que enviastes ao mundo vosso Filho único não para ser servido, mas para servir e dar sua vida pelos irmãos, concedei que, auxiliados pelo exemplo e pela intercessão de São Camilo, vosso servo, sejamos sempre fiéis à nossa missão de serviço aos enfermos. Por nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho, na unidade do Espírito Santo. Amém.
3. Memória – “Avante pusilânime! Essa obra é minha e não tua!”. Um dos muitos exemplos que podemos aprender da vida de São Camilo é a sua persistência. Quando percebeu que era vontade de Deus que ele fundasse uma obra de atendimento aos doentes, enfrentou oposição, inclusive de eclesiásticos. Mesmo assim, ele não desistiu. (Ler: “São Camilo”, A. Brandão, O Crucifixo que fala, p. 34).
4. Petição – Senhor Jesus, sede nosso irmão e mestre para que, apesar das instabilidades do tempo, nunca desanimemo-nos de nossa missão: sermos testemunhas de vosso amor para com os enfermos.
5. Oração conclusiva – Glorioso São Camilo, volvei um olhar de misericórdia sobre os que sofrem e sobre os que os assistem. Concedei aos doentes aceitação cristã, confiança na bondade e no poder de Deus. Dai aos cuidam dos doentes, dedicação generosa e cheia de amor. Ajudai-os a entender o mistério do sofrimento, como meio de redenção e caminho para Deus. Vossa proteção conforte os doentes e seus familiares, e os encoraje na vivência do amor. Abençoai os que se dedicam aos enfermos, e que o bom Deus conceda paz e esperança a todos. Amém. Pai Nosso... Ave Maria...Glória ao Pai... São Camilo, rogai por nós!
6. “Juntos na Missão” – (Pe. Fábio e Pe. Gilmar, camilianos)
1. Vamos juntos viver nossa missão. Ao Deus da vida fazer louvação.
Doar-se totalmente ao nosso irmão. Colocando nosso coração nas mãos.
A serviço da vida estamos. Para todos saúde esperamos.
Em Deus, fonte viva buscamos.
2. Ser camiliano é testemunhar o amor. Mostrando que saúde é valor.
Pelas praças esquecidas caminhar. Para a vinha do Senhor convocar.
3. Dia após dia nossa história escrevemos. Suave convite com amor acolhemos.
Não tememos nem a dor nem a morte. No Senhor, novo ânimo e nova sorte.
4. Destemidos e amados para amar. Sem temor a vocação testemunhar.
O Reino com alegria anunciar. A paz no mundo vamos todos semear.

TERCEIRO DIA
1. Invocação do auxílio da Santíssima Trindade
Em nome do Pai e do Filho e do Espírito Santo.
V.: Vinde, ó Deus, em nosso auxílio.
R.: Socorrei-nos sem demora.
V.: Glória ao Pai e ao Filho e ao Espírito Santo.
R.: Como era no princípio, agora e sempre. Amém.
2. Oração do dia – Oremos (pausa) – Ó Deus, que enviastes ao mundo vosso Filho único não para ser servido, mas para servir e dar sua vida pelos irmãos, concedei que, auxiliados pelo exemplo e pela intercessão de São Camilo, vosso servo, sejamos sempre fiéis à nossa missão de serviço aos enfermos. Por nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho, na unidade do Espírito Santo. Amém.
3. Memória – São Camilo teve grande devoção à Mãe de Jesus. Queria ver a Mãe de Deus muito conhecida, invocada e amada. Desde a sua conversão, rezava diariamente o Ofício de Nossa Senhora e nas comunidades recomendava a recitação do Terço e do Ângelus. Nossa Senhora é a Rainha dos Ministros dos Enfermos. Dizia ele: “Ai de nós pecadores se não tivéssemos esta grande advogada no céu”. (Ler: “São Camilo”, A. Brandão, Devoto de Nossa Senhora, p. 74).
4. Petição – Espírito Santo, fonte de vida e unidade, assiste-nos em nossa devoção à Nossa Senhora. Fazei de nós pessoas comprometidas e fiéis ao nosso carisma, aumentando a nossa confiança na intercessão da Virgem Mãe de Deus.
5. Oração conclusiva – Glorioso São Camilo, volvei um olhar de misericórdia sobre os que sofrem e sobre os que os assistem. Concedei aos doentes aceitação cristã, confiança na bondade e no poder de Deus. Dai aos cuidam dos doentes, dedicação generosa e cheia de amor. Ajudai-os a entender o mistério do sofrimento, como meio de redenção e caminho para Deus. Vossa proteção conforte os doentes e seus familiares, e os encoraje na vivência do amor. Abençoai os que se dedicam aos enfermos, e que o bom Deus conceda paz e esperança a todos. Amém. Pai Nosso... Ave Maria...Glória ao Pai... São Camilo, rogai por nós!
6. Canto a São Camilo
1. Celebrando Camilo de Lellis, todo o povo se alegra contente, eis que o antigo e boêmio soldado, corre em busca do pobre doente.
2. Foi no meio da estrada da vida, era festa de Nossa Senhora, uma graça do alto o visita e prostrando-se ao chão ele chora.
3. Sacerdote de Cristo se torna, sempre mais a Jesus se assemelha, funda a Ordem que tem por emblema: “Cruz de amor e de sangue vermelha”.
4. Os que o seguem prometem por voto, consagrar aos doentes a vida, devolver-lhes a fé e a saúde, assisti-los, talvez, na partida.
5. Glória ao Pai e a seu único Filho, um só Deus na inefável Trindade, venha a nós seu Espírito Santo, pondo em nós divinal caridade. Amém.


Santos Anjos da Guarda, memória

Santos Anjos da Guarda Os Anjos são antes de tudo os mediadores das mensagens da verdade Divina, iluminam o espírito com a luz inte...